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11 dezembro 2018

Pesquisa e estágio no Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Guanambi





LEITURA, ORALIDADE E ESCRITA NO ESPAÇO NÃO FORMAL BRINQUEDOTECA: Relatos de uma experiência


Querida professora Solange,

Estamos lhe escrevendo essa carta com o intuito de descrever acerca da nossa experiência no estágio não formal do espaço Brinquedoteca, haja vista que este momento é de extrema relevância para a construção de uma melhor formação dos estudantes do curso de licenciatura em Pedagogia, sendo que o pedagogo não atua apenas nos espaços formais, mas também nos mais diversos ambientes da nossa sociedade.
A Brinquedoteca está situada na Escola Municipal Rômulo Almeida, no município de Guanambi/BA, na qual tem por objetivo oportunizar às crianças o brincar livre, visto que este é um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento da criança. Neste sentido, Barros (2009, p.38) afirma que é uma

atividade essencial para o desenvolvimento infantil, não pode ser visto somente como fins didáticos para a alfabetização. Tem que ser percebido como uma atividade essencial e potencializadora do desenvolvimento, e que proporciona à criança durante seu processo a capacidade de ler o mundo adulto, opinando e criticando.


Além disso, através das brincadeiras elas podem reproduzir situações vividas no cotidiano. Com relação a estrutura física, o ambiente dispõe de uma sala ampla com brinquedos, fantasias, livros de literatura infantil, prateleiras, um quadro para o cantinho da escolinha, tatames, armários, TV, DVD e quatro mesas com cadeiras. Ela atende crianças desde a educação infantil ao terceiro ano do ensino fundamental da referida escola, que em sua maioria são do meio rural e de baixa renda. Neste espaço há também os monitores que são responsáveis por mediar possíveis situações que necessitem de intervenção no decorrer do brincar.
Neste sentido professora, buscamos analisar as atividades desenvolvidas relacionadas a leitura, oralidade e escrita no referido espaço, no qual iniciamos a observação no dia 02 ao dia 11 de outubro de 2018. Durante este período percebemos que as crianças não se interessavam pelos livros, tendo em vista que a Brinquedoteca está inserida em um espaço formal e por eles terem contato com livros em sala de aula talvez não os viam como um brinquedo lúdico. Deste modo, notamos que este tipo de leitura não é desenvolvido, no entanto, percebemos que elas faziam outras formas de leitura como, por exemplo, os jogos nos momentos em que definiam as regras com os colegas, compreendiam também que, assim que terminasse o período do brincar, deveriam guardar os brinquedos. Realizavam ainda a leitura sensorial, quando iam escolher os brinquedos para brincar, visto que este tipo de leitura “vai, portanto, dando a conhecer ao leitor o que ele gosta ou não, mesmo inconscientemente, sem a necessidade de racionalizações, justificativas, apenas porque impressiona a vista, o ouvido, o tato, o olfato ou o paladar” (MARTINS, 2006, p.42).
Desejamos informá-la, prezada Solange, no que se refere à oralidade, percebemos que esta não é trabalhada na Brinquedoteca com as crianças, uma vez que não vimos a disponibilização de momentos voltados a estimular nelas o seu desenvolvimento. Deste modo, não havia atividades como realizar a leitura de história, e logo após, pedir para que elas a contassem ou a recriassem; ensinar algo, e posteriormente, solicitar a elas que digam o que aprendeu; entre outras. Dessa forma, não lhes oportunizavam a expressão oral, elemento este, que quando praticado constantemente, possivelmente é aprimorado. Nesse sentido, um ambiente aberto a esse tipo expressão, favorece o seu desenvolvimento contínuo, assim, “Considerando-se que o contato com o maior número possível de situações comunicativas e expressivas resulta no desenvolvimento das capacidades linguísticas das crianças” (BRASIL,1998, p. 134).
Se tratando da escrita, notamos que na Brinquedoteca não dispôs de momentos reservados para estimular nas crianças, o desenvolvimento deste elemento. Nesse sentido, não houve contação de histórias de forma lúdica, de maneira que, por meio dela, aflorassem a imaginação, e após isso, fizessem o registro escrito de contos, lendas, entre outras produções, haja vista que o tempo no qual as crianças permaneciam neste espaço era para brincar e dessa forma, não percebemos nenhum contato com produções deste modo. Elas entravam na sala e já iam escolher os brinquedos para brincar. Algumas crianças fizeram alguns desenhos livres, mas compreendemos que não eram de forma intencional, com intuito de escrever sobre algo.
Neste sentido, decidimos elaborar nosso projeto de intervenção voltado para a contação de histórias com o intuito de que as crianças compreendessem que o livro pode ser um brinquedo lúdico, e por meio das histórias, foram discutidas temáticas como o respeito a diversidade, a importância da socialização, além de lhes instigar o hábito pela leitura. No decorrer deste período, chegaram a relatar situações de preconceito, e a argumentar sobre outras diversas questões, como as diferenças físicas entre elas, que seria chato se todos fossem iguais, e do amor ao próximo. Inclusive, instigamos a desenvolverem a oralidade, quando, por meio da nossa caracterização dos personagens, indagamos-lhes, se conseguiam identificar qual história seria contada, e deste modo, citaram alguns exemplos.
Já a leitura, notamos que após os momentos da contação, algumas crianças começaram a se aproximar dos livros, lerem, folhearem, ou mesmo pediam alguma de nós para lhes contar a história. Percebemos ainda que, após o término de dramatização da história, as crianças fizeram a leitura dos personagens, quando relataram que determinado personagem apresentava características físicas distintas de outro.
Por tudo isso, queremos que saiba da tamanha satisfação com a nossa intervenção e de estarmos partilhando com você a nossa experiência. Dessa forma, compreendemos que a leitura pode ser lúdica e trabalhada na Brinquedoteca e esperamos ter plantado a sementinha do gosto pela leitura em cada criança. Como o espaço visa propiciar o brincar livre, não pensamos alcançar bons resultados se desenvolvêssemos atividades com a escrita, pois receamos fugir do objetivo deste ambiente. Além disso, o tempo que cada turma permanece na Brinquedoteca é muito curto e o brincar livre ficaria afetado e decidimos que não caberia a escrita.
Com isso, por aqui nos despedimos e esperamos que você, nossa cara professora, goste dos nossos relatos da experiência do estágio na Brinquedoteca.

Fraternalmente,

Camila dos Santos Oliveira;
Deiane de Jesus Monteiro;
Luzia Érica Viana da Costa e
Marta Pereira Teixeira

Tecnologia digital: recurso ou objeto de aprendizagem?



As tecnologias da informação e comunicação são recursos tecnológicos que possibilita uma interação com o meio social, como também auxilia na área educacional, visto que estamos em uma era digital e esses recursos podem ser transformados em objeto de conhecimento, porém isso depende de como esses artifícios são utilizados, se  restringe apenas a um recurso ou se é explorado como objeto de aprendizagem.

Para falar de TICS precisamos primeiramente responder uma pergunta na qual, por várias a resposta se reduz exclusivamente à tecnologia digital, o que é tecnologia?  Tecnologia, pode ser entendida como algo inovador, produzido para facilitar a vida dos indivíduos. Essa concepção só foi possível a partir das atividades propostas ao longo do semestre, que proporcionou um esclarecimento sobre esse tema que é amplo e que vai muito além de recurso tecnológico.

Nessa disciplina trabalhamos diversas possibilidades didático metodológicas que de certa forma, provoca um melhor ensino-aprendizagem. Dentre elas podemos destacar o celular, que é um recurso que as pessoas mais usam e que pode ser explorado como objeto de aprendizagem dentro da sala de aula, com a utilização de vídeos, redes sociais entre outros.

Esses meios inovadores se forem trabalhados de maneira que transformem em objetos de aprendizagem permitem e facilitam a mediação pedagógica do professor, pois, muitas vezes eles são utilizados como mero recurso tecnológico, ficando restrito as novas práticas.

As atividades que foram organizadas em sala de aula, como produção de vídeos, sobre um determinado tema, paródia com músicas conhecidas que muitas vezes não possuem letras, e são geralmente apreciadas pelos jovens, como também outros conteúdos estudados na disciplina, abriu um leque de possibilidades para o manuseio dos meios tecnológicos em sala de aula, visto que são meios que hoje fazem parte do nosso cotidiano, bem como da vida do nosso aluno que já nasceu imerso nesse mundo da ciência e tecnologia.

Por tudo isso, a tecnologia digital veio para facilitar a nossa vida, aproximar as pessoas, como também conhecer lugares que jamais iríamos e, principalmente,  nos auxiliar no campo  educacional. Como futuros pedagogos, precisamos aprimorar cada vez mais os nossos conhecimentos para que possamos manusear os meios tecnológicos a nosso favor e em prol de uma aprendizagem significativa.

Deiane de Jesus Monteiro

10 dezembro 2018

Carta pedagógica: práticas educativas no movimento sindical rural de Guanambi.


Guanambi, 06 de dezembro de 2018.


Foto: Google Imagens

Caros camponeses e camponesas,
Viemos por meio desta compartilhar os conhecimentos adquiridos através das experiências durante o período do estágio não formal, realizado no Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Guanambi (STR).
Avaliamos o estágio como uma ação necessária para a formação docente e pedagógica, pelo qual se observa, analisa, problematiza e intervêm nas atividades dos espaços educacionais, e que se realiza em dois momentos: a observação (vinte horas) e a intervenção (quarenta horas). Portanto, é necessário um embasamento teórico, pois este se faz de suma importância para compreender a prática social e sobretudo nos apropriar de uma postura investigativa e de um pensamento crítico reflexivo, como também contribuir para a construção da cidadania dos grupos sociais, sempre respeitando a cultura e o saber do outro.

Nesse sentido, o Sindicato apresenta-se como espaço educativo que desenvolve uma prática social voltada para a classe defendida por ele, ou seja, os camponeses e camponesas. Este está situado na rua Castro Alves, nº 20, bairro Vila Nova, da referida cidade e dispõe de sede própria. Sendo composto pelas salas de recepção, acupuntura, de encaminhamento de processos, de atendimento odontológico, dois salões de reuniões – um aberto e outro fechado, cozinha e banheiro, além das secretarias de mulheres; de políticas agrícolas; e, de jovens.

No decorrer do estágio enfrentando alguns obstáculos, tivemos que ceder alguns momentos de nossas vidas. Porém, cada novo encontro era uma surpresa, uma felicidade, um novo aprendizado e ficamos atentas às necessidades e experiências as quais vocês nos mostraram. Pudemos perceber que no STR se vê vários tipos de educação, vários saberes e a valorização de cada um, além da promoção da luta em favor da justiça e igualdade social.

Diante disso, buscamos analisar as atividades desenvolvidas na instituição referentes à leitura, oralidade e escrita, modalidades da língua que não devem ser vistas como formas dicotômicas, mas que se complementam entre si.

Percebemos que a instituição privilegia a oralidade, uma vez que em todas as reuniões e assembleias, as quais participamos, era notável o uso desta nos discursos de quem estava à frente e daqueles que ouviam atentamente para assim expor suas ideias. Isso diz respeito ao público que frequenta o espaço, que em sua maioria, é composto por pessoas de diferentes níveis de escolaridade e que não possuem hábitos de leitura, portanto o conhecimento se constrói no diálogo, porém, não significa que o Sindicato não incentive a escrita e a leitura.

A instituição também busca informar aos camponeses e camponesas, por meio de cartazes, boletins informativos e jornais diversos, propondo a leitura, com intuito de levar conhecimentos e informar sobre as demandas, avisos de cursos e reuniões a serem realizados, considerando também a linguagem não verbal, presente nos diversos gêneros apresentados, como forma de leitura e não apenas a decodificação da letra.    
 Quanto à escrita, observamos a elaboração de atas e listas de frequência que são redigidas durante as reuniões, assembleias e encontros realizados. O registro destes, é de suma importância para o movimento sindical, pois neles estão expressos toda a organização do evento específico, desde as demandas apresentadas até os resultados obtidos por meio deles.

Uma vez que o próprio movimento sindical privilegia a oralidade, nossa intervenção também focou nesse aspecto, por acreditar que o envolvimento com os sujeitos seria mais proveitoso. No entanto, realizamos algumas ações que contemplavam a oralidade, leitura e escrita, a exemplo da dinâmica da palavra na testa, na qual cada pessoa tinha uma palavra escrita e não podia vê-la e assim as(os) outras(os) deveriam ler todas as palavras e dar dicas para que a(o) dona(o) descobrisse qual era o seu escrito.

Para findar, nós enquanto futuras pedagogas, a partir da pesquisa e estágio, reconhecemos a importância do sindicato na defesa e valorização das pessoas do meio rural de Guanambi juntamente com os sujeitos do campo que são fundamentais para a construção e permanência desse espaço, caracterizando-o como educativo, de troca de saberes, que contribui com a formação crítica e política dos indivíduos.

Agradecemos ao Sindicato e aos camponeses e camponesas pela disponibilidade e hospitalidade ao nos receberem e colaborarem com nosso estágio não-formal!

Atenciosamente,
Laís Almeida, Luma Gonçalves e Roseli Dias

Encerramento da disciplina Educação Ambiental








GRATIDÃO!

Literatura de cordel para a disciplina de Leitura, Oralidade e Escrita

Viajando pela maré da universidade

Ao longo da nossa rota
No mundo da lua fomos nos acabando
Seminários e trabalhos
E todos se congelando
Com as ameaças do semestre
Que essa maré vem castigando

Trabalhos empilheirados
Seminários pra namorar
E nesse mar de ondas fortes
Dormimos no ponto, que pesar!
Remando o barco outra vez
Arrependidos, voltamos a estudar

Apesar de sofrer pelos espinhos
Turma, és a rosa da primavera
São cactos resistentes
Em sua incansável espera
Deus ajuda quem cedo madruga
Evoluir é o que lhes impera

Aos trancos e barrancos
Dificuldade vai sendo superada
São águias encorajadas
Vencem qualquer parada
Estendem a mão pra o necessitado
Enxurrada de agonia é reparada

Anseiam pela aprendizagem
Como rios secos que pela chuva anseiam
São formigas na sua essência
Juntos compartilham o que aprenderam
Por seu trabalho coletivo
Bolas de neve já contiveram

Oceano de visão de mundo em suas bagagens
Turma, estás amadurecendo!
Em meio ao desabrochar das flores
O fruto das sementes foram reconhecendo
Frutos dos bons valores
Que sem eles estariam se perdendo

Para finalizar
Nesse emaranhado de percepção
Agradecemos ao 5º semestre
Por sua disposição
Esperamos que as boas sementes
Estejam plantadas no coração!


Por: Aline Caires, Francielle Santiago, Marta Teixeira, Myllena Matos e Raiane Costa.

Tecnologias e necessidades humanas



Este é um documentário produzido pelas estudantes Aline, Camila, Lívia, Maysa, Marícia e Marta, do curso de Pedagogia, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB campus XII, com o intuito de discutir a dependência do ser humano frente ao avanço tecnológicos que nos permeia, acarretando uma subtituição das reais  necessidades humanas pelas tecnológicas.

Ressinificação da palavra "tecnologia" e as suas inúmeras facetas.

De acordo o dicionário, o significado da palavra “tecnologia” se expressa por uma teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana (p.ex., indústria, ciência etc.), entretanto, para cada indivíduo ela pode vir a ter um significado e ou sentido diferente.

No primeiro dia de aula da disciplina Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) fizemos uma pequena pesquisa na UNEB – Campus XII com a finalidade de compreender o que os universitários entendem por tecnologia (dentre outras perguntas relacionadas à temática) e a conclusão obtida pela turma foi que tecnologia é um termo amplo, englobando aspectos do cotidiano tanto relacionados a eletro domésticos, quanto aos desenvolvimentos da globalização.

Como sabemos, a tecnologia é sobre os desenvolvimentos que facilitam a comunicação, o transporte, a informação e os mais variados trabalhos, portanto, tais facilidades podem conter lados positivos e negativos, a exemplo disso temos a internet, talvez o mais expressivo veículo tecnológico, ela permite que o sujeito usufrua de seus diversos recursos, podendo ser utilizada para atividades pedagógicas em salas de aula, oferecendo ao aluno possibilidade de aprendizado através de um meio que o mesmo já utiliza para outras finalidades, fazendo com que agregue conhecimentos para além do que já é sabido.

Um viés pedagógico interessante que pode ser trabalhado nas aulas, é buscar as redes sociais para levantar questões a respeito de temáticas atualmente discutidas, levando o aluno a explorar algo em que o mesmo já está acostumado. Outra forma de adentrar ao mundo virtual é a utilização de aplicativos oferecidos pelo Google Play que ajudam na mediação de determinados assuntos e com isso o professor pode estar solicitando a resolução de atividades através desses aplicativos ou até mesmo jogos virtuais que contém perguntas e respostas.

Por outro lado, muitos professores apenas utilizam as ferramentas tecnológicas com a finalidade de facilitar o processo das aulas, mas não colocam a tecnologia em roda para que ela seja discutida criticamente ou utilizada de forma que os alunos consigam enxergar suas inúmeras facetas, visto que de acordo com o avançar da globalização, as próximas gerações tendem a nascer imersos nela e a se desenvolverem com a mesma velocidade, comparada a suas gerações anteriores. Isso nos remete a questionamentos recorrentes: estamos sabendo utilizar a tecnologia de forma correta?

Portanto, fazendo gancho ao conceito de Paulo Freire; quando ensinamos estamos aprendendo ao ensinar e quando aprendemos estamos ensinando ao aprender e é nessa troca de saberes que vão-se constituindo as relações sociais tanto dentro quanto fora dos muros escolares e saber valorizar os conhecimentos dos alunos é explorar metodologias e uma nova didática, facilitando o ensino e aprendizagem de forma que se torne prazeroso para todos.